domingo, 29 de agosto de 2010

De cabeça pra baixo

Blog pseudo-abandonado por bons motivos: estou na Europa começando o sonho dourado do intercâmbio. Demorou tanto... mas chegou! Ainda não sei quais serão meus horários na faculdade, minha disponibilidade de acesso a internet e minha rotina local... como disse, minha vida anda de cabeça para baixo nesses dias, mas espero poder postar tudo o que venho anotando desde o dia 25 de agosto, quando embarquei no aeroporto de Confins.

A viagem foi tranquila e com uma boa coincidência. Mesmo sem a chamada da aeromoça, uma fila se formou na frente do meu portão de embarque. Levantei e perguntei a uma menina se aquela era a fila para Lisboa. Ela me informou que sim e começamos a conversar, até que perguntamos nossos nomes e conferimos nossos bancos: 27 A e B. Sentaríamos do mesmo lado. Além disso, ela também era da UFMG e estava lá para um intercâmbio de um ano na Universidade de Coimbra. Sentamos juntas e nos ajudamos a passar aquelas 8 horas de voo de uma forma mais rápida.

Chegando a Lisboa era preciso pegar um avião para o Porto, meu destino final. Tinha duas horas para passar pela imigração, chegar ao outro lado do aeroporto e esperar o próximo voo. Tempo de sobra, não? Meu pai até brincou: "aproveita e já come o primeiro pastelzinho de nata em Portugal". Mas vocês não tem ideia do tamanho do aeroporto de Lisboa. Ele é imeeeenso. Além da fila da imigração (e do tão esperado e teso carimbo no passaporte), tivemos que sair literalmente correndo até o fim do terminal 1, pegar um ônibus para o terminal 2 e embarcar.

Tudo pronto, cheguei a Porto sem maiores problemas ou malas extraviadas. Passei três ótimos dias com parte da minha família que mora lá na cidade. Como planejado, meu pai chegou ontem e então embarcamos para Paris, onde estou neste exato momento. Aqui, na verdade, já são 23h10 e estou aproveitando esse tempinho de rede wi-fi para dar uma notícia.

Chego em Clermont-Ferrand no dia 1º de setembro e então organizo minha vida. Tenho muitas coisas a resolver por lá, como o meu apartamento na moradia, as matérias que farei durante o intercâmbio, questões de dinheiro e celular e tudo o mais que envolve passar 5 meses fora de casa. Até que tudo se organize, não sei qual será minha frequência por aqui, mas prometo entrar sempre que puder. Tenho muito o que contar e mostrar nesses 5 dias de viagens, casos e fotos!

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Desafio Suco

Depois do Desafio Pão de Queijo, resolvi me lançar em uma nova empreitada. Primeiro porque gostei da peregrinação por Belo Horizonte. Segundo porque comi um monte de coisa gostosa. E terceiro (e talvez o mais bacana) porque sinto que conheci mais sobre a cultura da minha cidade e do meu país assim.

Como estou numa fase muito saudável da minha vida escolhi testar todos os sucos de BH e fazer o Desafio Suco! O esquema é o mesmo do anterior: tomei como base a revista Veja Comer e Beber em Belo Horizonte. Na revista há uma lista com os 10 "melhores" sucos da cidade. Coloquei melhores entre aspas pois, obviamente, há controvérsias. Duvido muito que os jurados visitam todos os estabelecimentos para dizer qual deles é o melhor. Uma das formas mais fáceis de comprovar isso está na própria revista, pois alguns jurados votam em um local que sequer aparece na lista dos 10 "melhores". Dessa vez, além da lista oficial coloquei também a lista dos jurados. Foram 12 sucos no total.

(No Néctar da Serra o cliente pode escolher se vai bater sua bebida com água, suco de laranja, leite, iogurte, água de coco ou sorvete de creme. Foto tirada desse link)

Julgar sucos foi difícil. Primeiro tive que estabelecer algumas regras básicas. A primeira delas foi excluir qualquer mistura que tivesse algum tipo de bebida alcoólica. A segunda foi sempre pedir o tamanho médio (500 ml) para ver se a bebida enjoava depois de um tempo. A terceira, e mais difícil, foi decidir não provar a mesma coisa em todos os lugares. Julgar coisas iguais é complicado. É preciso um paladar apuradíssimo. Vamo supor que eu escolhesse pedir suco de laranja e acerola em todos os lugares: como diferenciar 12 sucos iguais?

Mas esse nem era o mais problema, pois talvez desse certo. O problema mesmo é que eu seria injusta em pedir a mesma coisa em todos os lugares. E se o suco mais famoso de um lugar "x" fosse todo feito com frutas da Amazônia? E se a graça do estabelecimento "y" fosse um suco com 5 tipos de frutas diferentes? Eu ia chegar e pedir um simples laranja com acerola? Assim, decidi chegar no lugar e perguntar sempre a mesma coisa: "qual o suco que sai mais? O que você me indica?". A resposta seria o meu pedido.

(Vai por mim, trocar o refri por um suco é sempre a melhor opção! Foto tirada desse link)

Segue abaixo a minha lista pessoal dos sucos da revista Veja Comer e Beber em Belo Horizonte 2009-2010, do pior para o melhor. O preço que aparece diz respeito ao suco que pedi. Em quase todas as lojas o valor varia de acordo com a combinação escolhida.

Ah, a propósito, assim que acabei o desafio chegou a revista 2010-2011. Em uma rápida comparação vi que dois endereços daqui haviam saído e um endereço tinha sido incluído, a lanchonete Smoo. O local foi inaugurado em dezembro passado e serve smoothies, um tipo de bebida feita com suco e sorbet, um sorvete a base de água. Na dúvida, provei também! A mim, ele parece mais um milk shake do que um suco pelo fato de ser extremamente cremoso e gelado como um sorvete, por isso não inclui na lista.

Açai Sabor e Energia
O nome do suco que a moça disse que mais saía era Energimix, com guaraná em pó, xarope, açai, frutas, mel, limão, granola e leite. Achei incoveniente só ter sucos de 700 ml. Como não tinha tempo de beber tudo lá, falei que queria levar. Eles me entregaram o suco em uma embalagem horrorosa que dava até nojo de beber depois. Não queria falar dela, já que isso não tem lá muito a ver com o gosto do suco, mas não consegui fingir que isso não aconteceu. O suco é ruim. Açai no suco é um erro. Se você quer suco de açai ok, mas se você quer açai com outra coisa pode esquecer porque tudo fica com gosto dessa fruta. Só senti gosto de açai, granola batida e mamão (quer dizer, eu acho que era mamão).
Endereço: Rua Pouso Alegre, 1154 - Floresta
Preço: R$ 6,50 - 700 ml

O Ponto da Energia
O pior atendimento de todos. O moço só falava "todos saem muito". Foi a única vez que escolhi o suco sozinha. Pedi o anti-fome, um suco estava indicado na revista, mas eles não serviam. Fiquei me perguntando quem escreve as matérias na Veja e como fazem para terem informações tão erradas. No fim, o suco que escolhi tinha agrião, própolis, limão, mel, acerola, laranja e xarope de guaraná. Eles bateram tanto que o suco ficou ralo. Só dava pra sentir o gosto de guaraná e agrião (e o azedinho da laranja e da acerola). Bem mais ou menos. E, pra completar, enquanto estava olhando o cardápio vi que eles colocam o suplemento abulmina em alguns sucos. Isso é errado, não?
Endereço: Rua Pouso Alegre, 884 - Floresta
Preço: R$ 2,00 - 300 ml / R$ 3,00 - 500 ml / R$ 4,50 - 700 ml

Guaraná e Cia
Não sei o que dizer sobre esse suco. E isso não é bom nem ruim, eu simplesmente não tenho palavras porque não tenho com o que comparar. Diferente, gostoso, estranho, sei lá. Tomei o Raimundão, com guaraná em pó, xarope, amendoim, castanhas de cajú e do Pará, mel, limão, catuaba, marapuama e leite. Como uma das regras é nada de bebidas alcoólicas, pedi pra tirar. Perguntei se mudaria o gosto e ele disse que não pois o que mais realça é o leite e o amendoim. Ia tirar a catuaba e o pó de marapuama, que vinham juntos. Quando vi o suco rolou um preconceito porque ele tinha uma cor feia, meio marrom claro. Mas que cor teria algo que mistura leite, amendoim e guaraná, afinal? Enfim, era gostoso. Como disse o moço, só senti gosto de leite, amendoim e castanha, muitos pedaços de amendoim e castanha, por falar nisso. Nada de economia. É um suco pra dar aquela "sustança". Estava exageradamente doce, mas bom. Peculiar, eu diria.
Endereço: Mercado Central (Av. Augusto de Lima, 744 - Centro), loja 130
Preço: R$ 3,70 - 500 ml / R$ 7,00 - 750 ml

Sabor Sutil
Foi a loja mais feia que visitei. Se não estivesse na revista jamais entraria lá (mais um dos motivos que me fazem duvidar dessa lista da Veja). O garçom me disse que o mais vendido era o de frutas: abacaxi, laranja, banana e mamão. Pedi um suco e ganhei uma vitamina. É bem pesado, mas se essa é a proposta, eles cumpriram bem, pois estava gostoso. Para o meu gosto um pouco de água caía bem.
Endereço: Rua Inconfidentes, 978 - Savassi
Preço: R$ 3,50 - 400 ml

Ponto do Açai
Escolhi o Suco do Ponto, com morango, framboesa, amora e melancia. Uma mistura de frutas vermelhas. O suco é encorpado e muito refrescante, principalmente pelo fato de o gelo vir triturado e não em inteiro. O morango e a amora se destacavam mais. Em compensação, não senti gosto nenhum de melancia e o achei o suco um pouco aguado... O atendimento foi ruim. Ninguém sabia me indicar o que mais saía, nem a própria dona. (Só um P.S.: para mim, essa é a casa com o melhor creme de açai da cidade! Não se pode ser bom em tudo...)
Endereço: Rua Passatempo, 558 - Sion
Preço: R$ 4,90 - 300 ml / R$ 5,90 - 500 ml

Carioca da Esquina
A loja estava uma zona. Talvez fosse o horário... era 18h e parecia que todo mundo que saía do trabalho passava lá. A dona era a única para atender todo mundo enquanto as cozinheiras serviam. Ela foi um tanto grossa: pedi uma opinião e ela me disse ironicamente para escolher sozinha. Quem me deu a dica foi uma das atendentes, muito simpática, por sinal. Ela me disse para pegar o Arpoador, com laranja, tangerina e hortelã. O mais refrescante de todos os sucos que experimentei. Porém, estava ralo. Não sei se a culpa é dos ingredientes, mas...
Endereço: Rua Levindo Lopes, 293 - Savassi
Preço: R$ 3,90 - 300 ml / R$ 4,90 - 500ml

Sucos Du'a
O mais legal dessa loja é que ela é completamente natural. Todas as frutas, hortaliças e legumes ficam expostos na frente do cliente. Tanto que no cardápio não tem misturas com amora, cupuaçu e outras frutas como essas pois o dono não usa polpa. Ponto pra ele! Provei o de laranja, gengibre e maçã. Não gosto de gengibre pois me lembra remédio pra gripe, mas tinha pouco e estava gostoso. Pra quem não gosta de pedaços de fruta no meio do suco não é uma boa opção. A maçã, por exemplo, deixa aquela papa na boca (sabem qual?). Como eu gosto, estava ótimo.
Endereço: Rua Antônio de Albuquerque, 133 - Funcionários
Preço: R$ 4,80 - 500 ml (tamanho e preço únicos).

Vitale
A moça me deu duas opções. Uma delas era o suco de guaraná, mel, limão e gengibre. Além de ter cansado desses sucos fortes com guaraná, me pareceu uma opinião muito pessoal. Assim, fiquei com o de morango, kiwi e laranja. O lugar era lindo (associado a uma academia), o pessoal bem bacana e o suco ótimo. Dava pra sentir o gosto das três frutas. Tinha um pedaço de polpa solto no suco. Achei que era gelo e só percebi a diferença quando coloquei na boca e mordi. Fica feio para o cliente, parece que bateram pouco a polpa... mas até achei uma boa ideia: gelo com gosto. Porque ninguém fez isso ainda?
Endereço: Rua Pernambuco, 618 (loja 2) - Funcionários
Preço: R$ 4,00 - 500 ml

Deck do Guaraná
A moça do caixa era super simpática e me disse que um dos mais pedidos era o Super C, com guaraná, hortelã, laranja e acerola. Tem um gosto forte e muito bom. O guaraná e o hortelã são bem acentuados. Já a laranja e a acerola parecem uma coisa só, você sente um azedinho gostoso lá no fundo, contrastando com o doce do resto do suco.
Endereço: Av. Bandeirantes, 809 (loja B) - Sion
Preço: R$ 4,50 - 300 ml / R$ 6,50 - 500 ml

Recanto do Açai
Sabe quando você fica triste ao perceber que aquele sorvete maravilhoso está chegando ao fim? Foi assim que eu me senti mesmo depois de quase 400 ml do suco. Estava muito bom! Quando vi o cardápio me perguntei porque esse lugar estava na lista, já que a maioria dos sucos só misturava duas frutas (quando não era uma só). Sempre que a gente escuta sobre sucos pensa em 3, 4 ou 5 sabores misturados. Mas, afinal, de que adianta um monte de frutas que não ficam bem juntas. Acho que eles pensaram nisso e, para descomplicar, preferiram oferecer um cardápio simples. E são ótimos no que fazem!
Endereço: Av. Alfredo Camarati, 249 - São Luiz
Preço: R$ 5,00 - 500 ml (tamanho único).

Néctar da Serra
Queridinho da Veja, o Néctar da Serra vem ganhando o primeiro lugar desde que a revista existe. Não por menos. A começar pelo atendimento: a moça do caixa foi super simpática e me deu várias dicas. Quando eu perguntei qual era o mais pedido de todos ela me indicou o de laranja, amora e framboesa. Uma delícia! Parecido com o do Recanto do Açai, mas ganha pela variedade do cardápio e por ter três sabores, todos muito bem definidos.
Endereço: Av. Bandeirantes, 1839 - Mangabeiras ou Rua Santa Rita Durão, 929 - Savassi
Preço: R$ 5,00 - 400 ml (tamanho único).

Marietta
O Néctar que me perdoe... mas o suco do Marietta estava muuuuito bom! Por coincidência, eles eram bem parecidos. Provei o de laranja, amora e morango. Era bastante encorpado e deu pra sentir o gosto das três frutas, além das sementes de morango, que deixam o suco bem natural. O atendimento também foi certeiro: "qual que sai mais?", "laranja, morango e amora", então é um desse mesmo". E bingo!
Endereço: Pátio Savassi (Av. do Contorno, 6061 - Savassi), loja 135 ou BH Shopping (BR 356, 3049 - Belvedere), loja OP 66 ou Diamond Mall (Av. Olegário Maciel, 1600 - Lourdes), loja Bg 63
Preço: R$ 5,90 - 500 ml (tamanho único).

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

O que fazer no Porto - 2ª Parte

2º passeio: Centro

TRAJETO: Pegar o Metro dos Aliados até a Avenida dos Aliados. Subir a Avenida até a Igreja de Santa Clara. Descer de novo até a Avenida e lanchar no Café Guarany. No final está a Praça da Liberdade. Seguir a direita pela Rua dos Clérigos e depois até a Rua Filipe de Nery. Visitar a Igreja e a Torre dos Clérigos. Em um canto da praça está o Centro Português de Fotografia e, no outro, a Livraria Lello.

Voltar a Praça da Liberdade. Descer a direita e visitar a Estação Ferroviária de São Bento. Subir de novo até a praça e seguir pela rua Sá de Bandeira (o restaurante Abadia está em uma rua paralela). Virar a direita na Fernandes Tomás. Lá está a Capela das Almas e o Mercado do Bolhão. Virar a esquerda e descer pela rua Santa Catarina. Lanchar no Majestic Café, dois quarteirões a frente do início da rua.

Avenida dos Aliados
É onde está o atual centro administrativo de Porto. Tem dezenas de prédios históricos. No canteiro central da avenida há cafés e banquinhos para as pessoas descansarem.

(A grande Avenida dos Aliados)

Igreja de Santa Clara
Construída no estilo manuelino, a igreja foi fundada no ano de 1416. No seu interior é possível ecnontrar um dos melhores exemplares de talha dourada do período joanino. A igreja fica no Largo 1º de Dezembro e funciona normalmente, com a diferença de que fecha de 12h as 15h30. Aos domingos ela fica aberta somente de 10h as 12h. E todos os dias... é de graça.

Igreja e Torre dos Clérigos
Igreja em estilo barroco construída entre 1732 e 1750. Ela foi montada para a irmandade dos Clérigos, que reunia três instituições beneficientes. A Torre foi a última construção do conjunto dos Clérigos. Ela tem 6 andares e 75 metros. Do alto, tê-se uma vista panorâmica de toda a cidade. A igreja é aberta à visitação todos os dias, de 10h às 19h, e nos fins de semana de 14h às 17h. A entrada é gratuita, mas para subir na Torre é preciso pagar 2 euros. Um preço irrisório para uma paisagem tão bonita!

(Torre dos Clérigos e a vista do Porto lá do alto. Primeira foto tirada desse link)

Centro Português de Fotografia
Antigo edifício da cadeia da Relação, o local abriga exposições de fotografia e uma biblioteca. Há também uma coleção de câmeras raras. Vale a pena entrar no site para saber quais são as novas exposições. O Centro fica ao lado da Torre dos Clérigos e funciona de 10h as 18h. Nos fins de semana fecha uma hora mais tarde. A entrada é gratuita.

Livraria Lello
Inaugurada em 1906, um dos únicos prédios na cidade a apresentar uma fachada neogótica. Por dentro, escadarias vermelhas em espirais e detalhes em dourado. É considerada a terceira livraria mais bonita do mundo. O funcionamento (como não poderia deixar de ser) segue o horário comercial.

Estação de trem de São Bento
Foi inaugurado em 1916, na Praça de Almeida Garret. Antigamente, o local era o Convento de São Bento de Ave Maria. O átrio principal é revestido com mais de 20 mil azulejos. A obra é do pintor Jorge Colaço e faz alusão a várias cenas da história portuguesa.

(Estação de São Bento mais do que cheia. Metade eram turistas que não estavam nem aí para o fato de aquilo ser uma estação, e sim um ponto turístico)

Mercado coberto de Bolhão
Mercado típico da região. Lá os moradores de Porto fazem suas compras, entre frutas, queijos, vinhos, temperos e outros artigos. O endereço é Rua Fernandes Tomas, mas como não tem nada lá perto que chame muito a atenção, não custa perguntar a algum transeunte se ficar perdido. No fim de semana o horário é restrito: sábado funciona de 8h às 13h e domingo fica fechado.

Capela das Almas
Construída no século 18. A igreja é muito simples por dentro, mas por fora é revestida de azulejos portugueses, formando imagens de santos. Não gaste tempo entrando na capela, o mais interessante está do lado de fora.

(Nem me lembro como era a igreja por dentro, mas por fora! Foto tirada desse link)

3º passeio - Foz

TRAJETO: Seguir pela estrada da Circunvalação até a rotatória (que na terrinha eles chamam de "rotunda") na qual está o Monumento aos pescadores. Virar a esquerda e seguir pela Esplanada do Rio de Janeiro. Na próxima rotunda, visitar o Castelo do Queijo. Procurar algum aluguel de bicileta para passear pela Avenida de Montevideu e Avenida Brasil. Quando a Avenida Brasil virar uma bifurcação, seguir pela Rua de Diu. Passar a praça do Império e seguir pela Avenida Mal. Gomes da Costa. Visitar a Fundação Serralves. Se sobrar tempo, pegar um ônibus até o final da Avenida Boavista e visitar a Casa da Música.


Monumento aos Pescadores
O nome oficial da estrutura é She Changes, de autoria da estadunidense Janet Echelmann. Também chamada de "A Anemona" ou Escultura de Rede, por ser inspirada em uma rede devido a cultura da pesca local. O monumento fica na Praça Cidade do Salvador.

(Como foi feito ou colocado aí? Não me perguntem... Foto tirada desse link)

Castelo do Queijo
Também conhecido como Castelo de São Francisco Xavier, dizem que o foi construído sob um local sagrado de uma tribo Céltica que veio para a Península Ibérica no século 6 a. C. Foi construído no século 15. D. Miguel usou o local para bomberdear as tropas liberais de D. Pedro. Célebre pelo seu miradouro, é um dos melhores locais para se apreciar o pôr-do-sol da cidade. Abriga ainda exposições temporárias. Ele funciona todos os dias, de 13h as 18h (exceto segundas-feiras) e a entrada é gratuita.

Fundação de Serralves
Museu de arte contemporânea, único do gênero na região norte do país. Ao lado fica o Parque de Serralves, com espécies da flora típica de Portugal. Também funciona todos os dias, menos às segundas-feiras. Os horários e os preços podem ser consultados nesse site. Aos domingos a vista é de graça.

Casa da Música
Foi construída para ser o espaço de encontro de todas as músicas. Inaugurado em 2005, tem salas, bares, biblioteca. O prédio por si só já é uma atração e tanto, com um formato singular e revestido de azulejos portugueses (mas nada conservadores). Cada parte da Casa funciona em horários diferentes, de acordo com os eventos no local. Já as visitas guiadas têm horários e dia específicos para acontecer. Entre no site oficial para conferir.

(Inovação em arquitetura. Foto tirada desse link)

Onde comer

Aqui, os locais já citados nesse e no post passado... e outros "lugarzinhos"

1. Chez Lapin: Tem de tudo, do nosso PF de cada dia até uma boa comida típica portuguesa. Fica na Rua dos Canastreiros, 42, Ribeira.

2. Café Guarany: Fundado em 1933, era ponto de encontro dos músicos da cidade. Sexta e sábado a noite a casa apresenta shows de fado. Fica na Avenida dos Aliados, 85, Centro.

3. Abadia: Fundado em 1939, era o o local onde os peregrinos religiosos (normalmente a caminho de Santiago de Compostela) descansavam. Serve comida portuguesa. Fica na Rua Ateneu Comercial do Porto, 22-24, Baixa (Zona histórica).

(Suculentos, não? A primeira foto é de um bacalhau a Gomes de Sá, uma das receitas típicas de Portugal. Abaixo, uma francesinha master, com o dobro de recheio da tradicional. Foto tirada desse link)

4. Majestic Café: É o mais tradicional café da cidade, fundado ainda em 1921. Era ponto de encontro deos maiores artistas e políticos da época. Fica na Rua Santa Catarina, 122, Centro.

5. Solar do Vinho do Porto: Comida boa, mas o que mais impressiona é a paisagem. O restaurante tem vista para o Rio Douro e garante um lindo pôr-do-sol. Fica na Rua de Entrequintas, 220, Quinta da Macieirinha. Abre às 16h.

6. Capa Negra: Conhece a francesinha? É o sanduíche mais famoso do Porto e faz sucesso entre os jovens. A forma clássica é feita de pão de forma, recheado com linguiça, salsicha, presunto e um filé boi, cobertos com queijo derretido e um molho especial. Já ouvi dizer que no Capa Negra está a melhor francesinha da cidade (apesar de muitos preferirem aqueles de barraquinha mesmo). Fica na Rua Campo Alegre, 191.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

O que fazer no Porto - 1ª Parte

Depois do Rio de Janeiro, Porto foi a cidade mais bonita que já visitei. Para ter certeza de que não estou mentindo, vá ao bairro da Ribeira, na margem direita do Rio Douro. É nesse ponto que está a paisagem mais memorável de toda cidade. De um lado, Porto histórica, com suas casas coloridas de telhados marrons, umas juntinhas das outras. Do outro, o município de Vila Nova de Gaia, com os armazéns vinícolas e área verde. No meio, o lindo Rio Douro, o mais importante da cidade e, de bônus, a ponte Dom Luís I. A obra que lembra à Torre Eiffel, não por menos: seu criador, Teófilo Seyrig, era antigo sócio de Gustave Eiffel.

(Para completar a paisagem, os barcos típicos do Rio Douro: os rabelos. São pequenas embarcações usadas para transportar as pipas de vinho do Porto do Alto do Douro, onde são fabricadas, até Vila Nova de Gaia, onde são estocadas e comercializadas)

Essa é só uma das paisagens. Porto também é cheia de ruas apertadas, bonitas e cotidianas, de prédios históricos, de docerias de dar água na boca. Além disso, particularmente, gosto de meias-metrópoles. São aquelas cidades que tem tudo o que queremos em uma metrópole sem ser uma delas. Modernidade, serviços e um clime descompromissado. Agitadas e leves ao mesmo tempo.

Daqui a 10 dias vou estar lá novamente! Passarei dois dias na cidade do Porto na casa de uma prima. Como todos trabalham, fiz um roteiro do que visitar baseado nas informações "internéticas" e na minha antiga viagem. Se querem saber, tem coisa demais. Não pretendo fazer tudo, pois não terei tempo suficiente. Marquei no papel aquilo que tinha prioridade de acordo com minhas preferências pessoais. De toda forma, vou reproduzir aqui o roteiro completo para quem quiser escolher uma ou outra coisa.

(Um belo clique!)

Durante a pesquisa, destaquei um monte de lugares que podiam ser divididas em três passeios, de acordo com a proximidade das atrações. Hoje, o primeiro deles e, depois, os outros dois. Primeiro está o trajeto completo com os pontos mais interessantes sublinhados e, mais abaixo, um resumo das atrações com endereço, horário de visitação e entrada. Os preços são todos para estudantes. Se você não for, paga o dobro. Se se perder nas "direitas e esquerdas" da vida entre no google maps e visite a cidade virtualmente.

1º passeio: Ribeira

Trajeto: Pegar o Funicular do Guindais e parar na estação do Cais da Ribeira. Seguir a direita pelo Cais da Ribeira (na rua paralela ao cais está o restaurante Chez Lapin) e ir à Casa do Infante. Subir a Rua da Alfândega até a Praça Infante D. Henrique. Lá, visitar o Palácio da Bolsa. Ao lado, visitar a Igreja de São Francisco. Descer a Rua Infante D. Henrique e seguir a direita até a Rua Nova da Alfândega. Visitar o Museu dos Transportes e das Comunicações

Pegar um ônibus e voltar ao Cais da Ribeira. Subir a Avenida de Vimara Peres e virar a primeira a esquerda até a Sé Catedral. Voltar ao Cais da Ribeira. Andar pela Avenida Gustave Eiffel e depois atravessar a Ponte D. Luís I por cima (a melhor vista de Porto pelo município de Vila Nova de Gaia). Descer e andar pela Avenida Diogo Leite passeando pela Cais de Gaia.

Funicular dos Guindais
Foi inaugurado em 1891, mas fechado dois anos depois devido a um grave acidente. Em 2004, mais de um século depois, um novo funicular foi projetado no mesmo local. Entre os pontos mais importantes do trajeto do Funicular estão (em ordem) a rua Santa Catarina, a praça da Batalha, o Teatro Nacional São João, a Igreja de Santa Ildefonso, a Estação de São Bento e a Sé Catedral. O Funicular funciona de 8h às 22h de domingo a quarta e 8h às 24h de quinta a sábado e para andar nele é preciso um cartão de transportes Andante de título Z2.

(Descida no Funicular dos Guindais com vista para a Ponte Dom Luís I e o Rio Douro. Foto tirada desse link)


Casa do Infante
Também conhecida como Casa da Rua da Alfândega Velha. É um dos edifícios mais antigos da cidade. Construído em 1325, o local tinha um pátio e duas torres centrais onde funcionavam a Casa da Moeda e algumas habitações. Segundo a tradição popular, o patrono dos descobrimentos portugueses, Infante Dom Henrique, nasceu no local no ano de 1394. O prédio sofreu algumas modificações e passou por uma grande restauração em 1924. Atualmente, abriga o Arquivo Histórico Municipal e do Porto e o Museu Medieval. A casa funciona todos os dias, de 10h às 12h e de 14h às 17h. Dizem as más línguas que vale a pena visitar só por fora...

Palácio da Bolsa
A construção do Palácio começou em 1842. Construída em estilo neoclássico, é considerada Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Atualmente é a Sede da Associação Comercial do Porto e recebe uma série de eventos. O Palácio está aberto de 9h às 18h30 e para entrar é apenas 3 euros

Igreja de São Francisco
É a única igreja gótica da cidade e um dos poucos edifícios medievais. Sua construção remonta ao século 14. Nos séculos 17 e 18 seu interior foi todo revestido de talha dourada, contendo mais de 600 kg de ouro. Não cometam o pecado de chegar depois das 19h30, quando a igreja já está fechada.

(As igrejas barrocas brasileiras, como as de Ouro Preto, foram inspiradas nessas belezuras douradas. Foto tirada desse link)

Museu dos Transportes e das Comunicações
O museu fica no Edifício da Alfândega. Há duas exposições permanentes. O Automóvel no Espaço e no Tempo traz carros, fotos, imagens, peças publicitárias e tudo o que está relacionado ao mundo automobilístico. A outra, Comunicação do Conhecimento e da Imaginação, mostra as diferentes formas de se comunicar. O local também oferece oficinas, mas é preciso agendamento prévio. uma nova exposição, aberta em 2006, busca resgatar e preservar a memória do edifício da Alfândega e da sua história como instituição reguladora das transações comerciais da cidade. Entre terça e sexta-feira, o museu fica aberto de 10h as 18h. Nos fins de semana ele só funciona de 15h as 19h, mas a entrada é gratuita!

Sé Catedral
É o principal edifício religioso da cidade. Começou a ser construído no século 12. Sofreu influência de várias correntes arquitetônicas, principalmente da barroca. Junto a ela está o centro histórico tombado pela Unesco como Patrimônio da Humanidade. Funciona como toda igreja, com a diferença que ela fica fechada entre 12h30 e 14h30. A entrada gratuita, mas para subir ao claustro é preciso pagar 3 euros.


(O terreiro da Sé com a Catedral ao fundo (foto tirada desse link). Quando visitei o local, um grupo de dançarinos espanhóis estava descansando e resolveram dançar um pouco para os turistas. Usavam gaitas de fole e movimentos de dança típica!)

Ponte Dom Luís I
Ponte construída sob o Rio Douro para substituir a ponte pênsil que existia no local. Inaugurada em 1887, o projeto saiu das mãos do belga Tófilo Seyrig, sócio de Gustave Eiffel. Toda trabalhada em ferro, a arquitetura se assemelha à Torre Eiffel. É possível atravessá-la por cima ou por baixo. Dela tem-se a vista mais bonita do Porto e de Vila Nova de Gaia.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Passagem aérea: como comprar as + baratas

O que encarece uma viagem é a passagem aérea. Para ficar seis meses em um lugar, incluindo transporte, alimentação e hospedagem, o viajante terá de pagar algo em torno de 10 a 15 mil reais. Para ficar um mês, incluindo as mesmas coisas, ele paga de 5 a 8 mil reais. É como se 5 mil reais fossem gastos no primeiro mês e os outros 5 ou 10 nos últimos 5 meses.

Vou viajar dia 25 de agosto e comprei a passagem ainda no mês de junho. Uma passagem de avião para a Europa gira em torno de R$ 2.500. Como estou indo na época das férias de verão deles, saiu um pouco mais cara, algo como R$ 2.800. Esse foi o preço da passagem de ida e volta da TAP (Belo Horizonte/Lisboa) + conexão Lisboa/Porto. Se fosse do mês de outubro pra frente sairia bem mais barato, mas nunca menos de R$ 2.000.

(Vou voar em um desses... Foto tirada desse link)

Os preços das passagens aéreas podem de acordo com uma série de fatores e, se você pesquisar muito, pode encontrar verdadeiras pechinchas. O blog A Janela Laranja convidou o Leonardo Marques, do site Melhores Destinos, para dar algumas dicas sobre como comprar passagens aéreas mais baratas. Para quem não conhece, o site Melhores Destinos é um blog especializado em passagens aéreas. Todo dia eles divulgam os trechos nacionais e internacionais com os melhores preços. Abaixo, o que o especialista disse:

- Em primeiro lugar, é importante lembrar que os preços das passagens aéreas têm uma lógica própria e variam muito. Pesquisar, pesquisar e pesquisar é essencial.

- Uma passagem aérea que para uma determinada data custa R$ 500 pode custar R$ 100 para viagens no dia seguinte. Antes de decidir a data da sua próxima viagem é importante os preços em datas próximas.

- Sempre que for pesquisar passagens pelos sites das companhias aéreas, é recomendado utilizar as opções de busca por preço (também chamada de flexível com as datas). Essa opção permite que você localize facilmente as passagens mais baratas.

- Sempre que possível, compre passagens de ida e volta. A maioria das companhias só oferece as melhores tarifas pra quem compra ida e volta.

- Algumas companhias aéreas divulgam códigos promocionais que dão descontos. Há, por exemplo, um código promocional da Azul que dá 10% de desconto em qualquer passagem da empresa. Esses códigos costumam ser divulgados nos sites das companhias, mas você encontra em sites especializados como o Melhores Destinos.

- Se você tiver twitter, uma boa opção é seguir @passagensaereas para ser avisado sempre que tiver uma promoção.

Dois mitos

1. Durante a madrugada os preços são menores. Isso não é verdade, o que importa é o horário da viagem.

2. Comprar passagens com o máximo de antecedência. Isso também não é verdade. Comprar passagens nacionais com mais de 3 meses de antecedência praticamente elimina a possibilidade de você conseguir preços promocionais.

Leilões

A Janela Laranja também deu uma dica boa: "Uma outra forma de comprar passagens aéreas baratas, que é pouco divulgada, é através dos leilões de passagens aéreas da GOL, em parceria com a Milan Express. Esse leilão da Gol acontece toda terça-feira e tem preços excelentes em centenas de trechos. Na maioria dos trechos você compra passagens aéreas GOL por R$ 150, mas há trechos até por R$ 50."

Outros sites

Já que a primeira dica foi "pesquisar, pesquisar e pesquisar", não busque em um só. Os sites Decolar, Submarino Viagens, Mundi e Viajanet também são boas opções na hora de encontrar a passagem mais barata.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Viaje pela internet

Antes de desembarcar em Clermont-Ferrand, vou passar 2 dias no Porto com alguns parentes. Como todos devem estar trabalhando, montei um roteiro de viagem bem bacana para passear e(re)visitar a cidade. Durante a elaboração do roteiro, além dos sites de turismo locais, usei uma ferramenta do Google que poucos conhecem e que é muito útil nesses momentos. Abaixo, um texto que fiz para o site FUNtástico sobre essa maravilha da era digital!

Ferramenta do Google permite fazer visitas virtuais por diversas partes do mundo

Assim que cheguei a Oslo, na Noruega, vi um navio parado na rua Arkeshus Festning. Era imenso! Com centenas de botes salva-vida e milhares de janelas, como aqueles que vemos nos blockbusters de Hollywood. Estava parado, provavelmente esperando os passageiros embarcarem. Algumas pessoas pareciam passear pela rua como se aquilo fosse comum. Outras olhavam para o alto, imaginando como o navio seria por dentro. Entre elas, quatro idosos, sentados em um murinho branco perto da estrada.

(Os velinhos continuam em Oslo olhando o grande navio...)

Mas o mais legal mesmo é que eu nunca fui à Noruega. Vi tudo isso pela tela do computador. A nova ferramenta do Google Maps, que poucos conhecem, é capaz de transportar qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo, para o lugar que ela desejar.

Para usar, é simples: entre no Google Maps e digite a cidade de sua preferência. Barcelona, por exemplo. Assim que o site localizar, você aproxima o quanto achar necessário. Quando encontrar a rua ou o monumento que mais lhe interessa, vá até o canto esquerdo do seu mapa. Na ferramenta para aumentar e diminuir o zoom do mapa há um bonequinho amarel0. Então é só arrastá-lo até o local desejado.

A partir daí, basta caminhar pelas ruas de Barcelona. No canto inferior da tela há um mapa pequeno mostrando onde "você" está. Caso queira ir pra outro lugar ou avançar mais rápido é só mover o bonequinho.

Nem todo o globo terrestre está mapeado pelo Google. A Europa foi a primeira e ela está quase totalmente acessível ao internauta em excelente resolução. Estados Unidos, Canadá, África do Sul e Austrália também já foram "google-mapeados". A maioria dos países, porém, ainda não faz parte do sistema.

Enquanto todas as cidades ficam prontas, o Google oferece algumas fotos desses locais. Se você quiser ir para o Rio de Janeiro, arraste o bonequinho amarelo para um dos pontos em azul. Esses pontos (que também estão presentes nos locais que já foram mapeados para mostrar, por exemplo, o interior de igrejas e jardins), trazem uma ou mais fotos do local. Ao invés de passear pela cidade, você verá algumas das imagens que conseguiria ver se estivesse ali de verdade.

A definição da ferramenta é impressionante. Parece que se está passeando de verdade pelo local. O novo sistema é inovador e dá oportunidade àqueles que não têm recursos financeiros ou tempo para viajar e conhecer países inteiros. O melhor é que o passeio virtual não tira a curiosidade do internauta de ir ao local. Ao contrário, ela aumenta. É como a Torre Eiffel: todo mundo já viu milhares de vezes, mas todos continuam sonhando em conhecê-la de verdade.

*Matéria publicada originalmente no site FUNtástico, nesse link.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

A escolha da cama certa

Visto, bagagem, dinheiro... de nada adianta ter tudo isso se você ainda não sabe onde vai ficar. E a praça mais próxima não é uma possibilidade. O lugar onde se vai passar as noites é uma das primeiras resoluções da viagem, principalmente porque é igual a passagem de avião: quanto mais cedo fizer sua reserva, mais barato fica.

(O hotel mais gostos que já fiquei tinha aquele clima desprentesioso de pousada, luzes noturnas na piscina e café da manhã com tapioca: Hotel Tubarão, em Natal. Foto tirada desse link)

Em (quase) qualquer lugar do mundo existe hospedagem para todo gosto. Eu particularmente, estou naquela fase de não dar a mínima pro lugar que vou dormir. O hotel pode oferecer sauna, cama king size e TV a cabo om 95 canais que eu não ligo. Afinal, eu só vou usar a cama durante 6 ou 8 horas por dia. O resto do dia, estarei fora do hotel. Meu pai diz que é porque ainda sou jovem e não me importo com conforto. Pode ser... enquanto isso, aproveito para pagar mais barato em hotéis sem estrelas e albergues divertidos.

Isso também depende do passeio. Em férias de descanso (normalmente aqueles de final de ano, aonde todos vão para uma praia qualquer) acho que alguns confortos fazem toda a diferença. Se um hotel desses tem piscina, rede e muita área verde já ganhou metade da minha simpatia.

Mas, em geral, uma coisa que sempre me chama a atenção é o café da manhã. Já contei nesse blog meu amor por café da manhã e meus sonhos dourados por mesas gigantes com mais de trezentas opções de frutas, pães, salgados, doces e quitutes (mesmo que eu não consiga comer metade). Não consigo acordar e não comer, seja na minha casa, seja do outro lado do mundo. Se o preço da diária com café da manhã valer a pena não penso duas vezes. Pode até ficar mais barato ir a uma padaria e comer um pão com queijo, mas aceito pagar um pouco a mais para comer no hotel, uma fruta, um pão e um pedaço de bolo, sem pressa. Se for muuuito mais caro do que comer fora (o que eu geral não acontece), escolho a padaria.

Hotéis e Pousadas

O nome "hotel" traz um certo respeito, enquanto o nome "pousada" é mais aconchegante. Mas acreditar que um hotel é mais chique (ou melhor) que pousada uma é mentira. Tem de tudo, pousadas que parecem resorts e hotéis que parecem albergues. Um bom guia para escolher o lugar aonde vai dormir no território brasileiro é o Guia 4 Rodas, que traz uma seleção de bojns locais com preços variados e ainda lista tudo o que eles oferecem, de estacionamento a passeio de cavalo.

(Já fiquei em hotéis Ibis no Brasil e no exterior. São iguaizinhos! Até a roupa de cama e o tapete tem as mesmas cores. Alguns chamam de controle de qualidade, outros de monotonia. O bom é que o cliente nunca vai ter uma surpresa. Foto tirada desse e desse link)

Outra boa possibilidade é ir ao site da Accor. Essa rede hoteleira é dividida em outras "redes". Se você escolher um hotel Formule 1 ele vai ser o mais barato e com menos conforto. O próximo é o Ibis e assim em diante até o Sofitel, mais caro e mais luxuoso. Eles têm hotéis pelo mundo inteiro e dá para reservar pela internet.

Albergues

Local de gente jovem, com pouco dinheiro e muita animação. Se quer saber, esse é um clichê verdadeiro. Os albergues são acomodações bem baratas. Eles têm quartos coletivos ou particulares. Os particulares são mais caros e costumam acomodar de 2 a 4 pessoas. A maioria têm banheiros coletivos. O resto dos cômodos, como cozinha e salas, também são de uso comum. A diária costuma incluir café da manhã, tudo bem simples. Também é normal terem festinhas no final do dia para os hóspedes se conhecer, conversarem e dançarem um pouco.

(Dos mais bagunçados aos mais arrumadinhos e descolados. Imagem do albergue Wake Up!, em Sydney, Austrália. Foto tirada desse link)

O Albergues da Juventude tem experiência e nome no mercado. Além da lista de albergues no Brasil o site tem uma seção com endereços eletrônicos de albergues no mundo inteiro. Com carteirinha de alberguista você consegue descontos. Outros bons lugares para reservar quartos são no Hostel World (eles cobram uma pequena taxa para reserva) e no Hostel Bookers. Todo ano, o Hostel World faz uma pesquisa entre seus inetrnautas considerada como o Oscar dos Albergues. O melhor? Traveller's House, em Lisboa. Veja a lista completa.

Casa de nativos

Quando viajamos, queremos conhecer o estino como se morássemos naquela cidade. Para isso, nada melhor do que ter como guia alguém da cidade. Em 2004, um homem chamado Casey Fenton criou o site CouchSurfing. Nele, pessoas oferecem seu "sofá" para os viajantes. E outras tantas aceitam. A ideia é ligar pessoas do mundo todo e, com isso, possibilitar a troca de conhecimento e cultura. Como eles dizem, "O CouchSurfing não é mobília, não é encontrar alojamento gratuito por todo o mundo; é estabelecer ligações por todo o mundo".
(Imagem oficial dos "surfistas de sofá". Foto tirada desse link)

Entrando no site, a pessoa se inscreve e entra em contato com os outros usuários. O viajante, chamado de surfer, pede um "sofá" na casa de um anfitrião. A duração, a natureza e os termos da moradia são acordados entre o dono da casa e o visitante. Não há nenhum custo ao viajante, a não ser que ele decida compensar o anfitrião ajudando com a comida e as despesas. O projeto têm seus críticos. Alguns não o acham seguro o suficiente e outros têm medo de que as pessoas se cadastrem para tirar proveito da situação (financieramente, amorosamente, etc).

Moradia

É uma forma de se viver mais comum quando pensamos em intercâmbios. É difícil encontrar alguém que esteja viajando por 15 dias ou um mês e procure uma moradia para se hospedar. As formas mais comuns são as casas de família, para estudantes menores de idade que ainda precisam de maiores que se responsabilizem por eles, as moradias universitárias ou as pensões.

(Imagem do prédio que ficarei em Clermont-Ferrand. Quartos individuais, banheiros e cozinha coletivos. Foto tirada desse link)

Durante meu intercâmbio, ficarei um uma moradia universitária, a 15 minutos (a pé) da minha faculdade. Conversando com outros colegas que também farão intercâmbio, descobrimos que a maior parte delas têm quartos individuais e todos os outros cômodos são coletivos. Isso as mais baratas, pois há moradias em que até os banheiros são individuais. A melhor parte de eu ter conseguido passar para Clermont-Ferrand, e não Paris, é que minha moradia vai ficar em 136 euros por mês, um excelente preço para a Europa. A moradia de uma amiga que vai para Paris é mais de 400 euros. Ela tem mais benfícios que eu, mas, nessa hora (e com o bolso apertado), quem liga pra essas coisas?

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Contratação do seguro-saúde

Toda viagem internacional DEVE ser feita com um cartão de seguro-saúde em mãos. Viajar é sempre um risco. Você sai de casa, anda mais em um dia do que costuma andar em uma semana inteira, faz passeios arriscados, pratica esportes radicais, come qualquer coisa que aparece pela frente com a desculpa de estar descobrindo a cultura local... E se você não faz nada disso, então porque está viajando? A graça é exatamente experimentar o que há de novo.

Mas o fato é que todos estamos nos arriscando. Não tenho a porcentagem correta, mas o número de pessoas que usa o seguro-saúde durante uma viagem é muito pequeno. Mas não custa sair com a certeza de que nada vai estragar seu passeio (e seu orçamento). Imagina se você torce o pé numa caminhada a noite e rompe um ligamento? Se pega uma gripe daquelas? Se tem uma baita infecção por causa de comida? Pode sair caro e vai ser aborrecimento na certa.

(Durante aquela primeira reunião com o DRI da UFMG, nosso coordenador nos contou que uma menina estava jogando bola na Espanha e quebrou o pé feio. O seguro dela cobria a operação, mas não os materiais cirúrgicos, e ela teve que voltar pro Brasil. Foto tirada desse link)

O seguro-saúde está aí literalmente para assegurar que o viajante vai ter um atendimento digno (e gratuito) caso lhe aconteça alguma coisa. Normalmente as próprias agências de turismo trabalham com duas ou três empresas que oferecem o seguro. Os seguros variam de acordo com o número de dias que a pessoa fica fora do seu país e do número de coisas que ela se compromete em custear. Obviamente, quanto maior a estadia e mais benefícios, mais caro fica.

Para o meu intercâmbio, de 5 meses, a moça da minha agência de turismo me ofereceu três planos:

Seguradora: MIC
Plano: Europa Anual
Preço: US$ 493,00
Cobertura: US$ 50 mil

Seguradora: Assist-Card
Plano: Euro Classic
Preço: US$ 535,50
Cobertura: US$ 50 mil

Seguradora: Assist-Card
Plano: Euro Classic
Preço: US$ 639,00
Cobertura: US$ 100 mil

A Seguradora é o nome da empresa. O Plano é o tipo de cartão que eles vão me dar. Cada cartão cobre uma série de coisas (lista abaixo), de pequenos acidentes a traslados para operações mais graves. Esse Preço é o valor total. Ou seja, para ter um cartão de seguro você paga esse preço uma única vez, antes de viajar, e tem assistência médica garantida durante toda sua viagem. A Cobertura é o limite de gastos que a seguradora vai ter com você. Se você precisar de mais gastos além do preço que ela garantiu por contrato, vai ter de tirar do próprio bolso.


Apesar de eu ficar só 5 meses, esses cartões e esses preços são válidos por 365 dias. Descartei de cara o de 100 mil dólares: uma quantia absurda. É quase impossível acontecer algo tão grave a ponto de a pessoa gastar esse preço em assistência médica. Fiquei entre os dois de 50 mil. Abaixo, a lista da cobertura:

(Fotos tiradas desse e desse link)

- Seguro por morte acidental: US$ 50 mil
- Assistência médica acidental p/ evento: EUR. 30 mil
- Seguro de invalidez permanente por acidente: US$ 50 mil
- Assistência médica enfermidade p/evento: EUR. 30 mil
- Assistência médica por enfermidade pré-existente: EUR. 360
- Assistência odontológica: EUR. 145
- Assistência médica para prática de esportes: EUR. 735
- Assistência farmacêutica p/evento: EUR. 360
- Fisioterapia (prescrição médica): EUR. 360
- Acompanhamento familiar (TKT aéreo e hospedagem/dia): EUR. 5 x 70
- Extensão da internação hospitalar? SIM
- Convalescença em hotel (dia): EUR. 5 x 70
- Repatriação sanitária: EUR. 30 mil
- Repatriação funerária? SIM
- Garantia de viagem de regresso? SIM
- Remoção em caso de emergência? SIM
- Acompanhamento de menor? SIM
- Compensação por demora de bagagem extraviada: EUR. 145
- Seguro de bagagem extraviada: US$ 1.200
- Auxílio Financeiro Emergencial: EUR. 1.470
- Transmissão de mensagens urgentes? SIM
- Gastos por atraso ou cancelamento de voo: EUR. 70
- Cancelamento de viagem (titular/acompanhante): US$ 1 mil
- Adiamento de fiança judicial: EUR. 5.880
- Assistência jurídica: EUR. 800
- Traslado de executivos? NÃO
- Franquia? NÃO
- Gastos de busca e salvamento? NÃO
- Garantia de interrupção de viagem? NÃO

O seguro da Assist-Card e da MIC são iguais. A diferença é que o Assist-Card me daria garantia adicional para compras que eu fizesse na Europa. Isso significa que se minha mala extraviasse (o que não é raro) e lá tivessem compras, você teria todo o dinheiro de volta mediante apresentação de nota fiscal. Algumas seguros oferecem esse benefício pois sabem que muitas pessoas viajam especificamente para fazer compras. A ideia é boa, mas como não é o meu caso, optei pelo MIC.

Se o dinheiro anda curto, há outras opções. Alguns planos de saúde brasileiros estedem seus benefícios para o exterior mediante uma taxa. Vale a pena ler direito todas as cláusulas do contrato para ver se a cobertura no exterior é igual á brasileira. Outra possibilidade é ver se o seu cartão de crédito oferece assistência saúde. A Wanessa Lima, do blog Cadernos de Viagem, usou seguro-saúde do cartão Visa e conta como é nesse link. Esse outro site também dá algumas dicas básicas.